sábado, 22 de novembro de 2008

Chegará a crise aos jogos?


O mercado do entretenimento é de alguma forma o mais resistente a recessões económicas, e os videojogos em particular sempre o demonstravam, simplesmente por ser nas alturas mais depressivas que o consumidor mais se refugia nos seus hobbies. Mas com a crise global que o mundo atravessa neste momento, poderemos vir a sentir alguma quebra no desenvolvimento de títulos? Espera-se que algumas editoras possam ser directamente afectadas com o panorama internacional?

Obviamente que o cinto está a apertar nos lares de milhões de famílias, que irão cortar onde puderem para equilibrarem as suas finanças. O analista Michael Pachter, avaliando o mercado para a revista Time, teceu alguns comentários bastante curiosos: "Famílias podem ter de cancelar as suas férias na neve e em sua vez comprar Wii Fit para algumas sessões de esqui virtual, que ainda por cima poderão ser prolongadas por todo o Inverno."

Dependendo da perspectiva, os videojogos, apesar de o preço inicial poder ser encarado como muito elevado, oferecem um número de horas de entretenimento bastante assinalável. Vamos colocar em cima da mesa um jogo como Call of Duty (jogo escolhido de forma aleatória, apenas para ser usado como exemplo). Se juntarmos o número de horas de campanha offline e os cenários online podem oferecer, temos uma ideia que neste momento o valor dos videojogos enquanto forma de entretenimento é algo de imbatível.

Um filme em DVD ou Blu-ray pode ser usufruído pelo tempo da sua duração, ou duplicado, se tivermos paciência de o ver outra vez, mas um videojogo pode durar dias, semanas ou meses.

Outro exemplo que podemos utilizar é o supra-sumo da Blizzard. Mesmo com a compra do jogo e pagamento das mensalidades, World of Warcraft acaba por se revelar uma fonte inesgotável de entretenimento, constantemente a reinventar-se. Qualquer fã de WOW acaba por sentir que o seu investimento é diminuto perante tudo aquilo que o seu universo oferece.

Rob Pardo, Vice Presidente da Blizzard, em declarações à MTV, foi claro: "A razão pela qual a indústria videojogos não é historicamente afectada pelas recessões está relacionado com a percepção que o público tem da relação custo/entretenimento. Se as pessoas tenderão a ficar mais em casa, então os videojogos oferecem o melhor entretenimento disponível do mercado."

A recessão vai levar as famílias a cortarem com muitos dos seus hábitos e gastos, mas o lazer é algo a que dificilmente se conseguirá fugir, talvez por uma questão de equilíbrio emocional, pois ninguém consegue trabalhar durante todo o dia sem depois ter algum tipo de escape.

Com tudo isto, é claro dizer que dificilmente a indústria dos videojogos será afectada por esta crise financeira. Poderão existir alguns cortes nas maiores editoras, sendo alguns deles por mera precaução, ou não ser conseguido o mesmo nível de crescimento do mercado como era esperado. Um exemplo é a própria EA, cujas expectativas nas vendas Madden, Spore e Warhammer saíram abaixo do esperado e isso irá reflectir-se no despedimento de perto de 600 pessoas.

Mas mesmo na América, onde o cenário de recessão se está a sentir de forma mais forte, os dados de vendas de jogos e consolas de forma genérica estão ao mesmo nível do ano passado, dados que revelam que os cortes que as famílias fazem não chegam aos videojogos em particular.

Kaz Hirai, um dos expoentes máximos da Sony Computer Entertainment, encerra a questão com as suas declarações ao Financial Times: "Enquanto formos capazes de criar entusiasmo com os nossos produtos, vamos ser menos afectados que outras indústrias."

O único senão reside apenas na compra de consolas ou de novos PC. Acreditamos que a compra de jogos não será afectada de uma forma geral, mas ao contrário dos EUA, pode sentir-se em alguns países uma baixa na procura de novo hardware. Mesmo com os preços a serem mais acessíveis, alguns mercados podem não ter a evolução esperada, com a exigência desta geração a ser bem maior que no passado, isto porque nas consolas é "necessário" a compra de uma TV de alta definição para um usufruto total da experiência de jogo.


(Fonte: BGamer)

1 comentário:

  1. Não tenho tempo para jogos!
    Trabalho, casa, família e banda desenhada... ocupam tudo!

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Ekos

 
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