sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Crónica - Será que ainda podemos salvar Portugal?


A explosão eminente da ignorância nos jovens portugueses.


Não suporto mais! Ao fim de tantas tentativas de ajudar e corrigir alguns amigos meus no seu vocabulário ortográfico, vejo-me lentamente e, a pouco e pouco, a ficarmos iguais.

Que mentalidade é esta de hoje em dia? Pergunto-vos, porque é que Portugal em vez de progredir, recua, na sua mentalidade?

É um ultraje para a nossa língua. Se me permitem modificar um pouco um provérbio, “Olhos que não lêem, coração não sente”, sim, porque é isso que se passa.

Nos dias que correm, é raro o jovem que se dedica a ler pelo menos um livro por mês.

A razão? “Faz-me doer a cabeça; Isso não é para mim; Aborrece; Custa-me.”

Queixas, queixas e mais queixas. Desde quando é que ler provoca dores de cabeça?

Esta situação mórbida provoca, em mim, uma grande falta de motivação pelo simples facto de eles serem o nosso futuro.

É cómico, eles referirem mil e uma chicotadas que a leitura provoca, mas os “hip-hop’s” e os “metal’s”, isso já faz parte do quotidiano, não provoca lesão alguma...

Mas chega de divagar, pois o problema não está só neles, mas sim, no sistema de educação que se instaurou em Portugal.

Como querem as pessoas que os jovens leiam, se as obras que apresentam na escola, mais propriamente o ensino secundário, os desmotiva por completo?

Na minha modesta opinião, obras como, “Sermão de Santo António aos Peixes”, “Os Maias” e “Felizmente há luar!”, são de pedirmos aos céus para que a aula acabe.

Talvez se os professores inovassem as aulas fosse um pouco diferente, sim porque a culpa não é só dos alunos, mas também dos professores.

Professores estes que se limitam a ler o livro do princípio ao fim e, no final, entregam as provas de avaliação e o aluno que se amanhe.

Faço uma chamada de atenção para que entendam uma coisa, eu NÃO tenho nada contra as obras.

Sim, é verdade que são maçadoras, mas a mensagem que cada uma carrega dentro de si, é bastante importante. Algumas lições de vida, outras para que cresçamos mentalmente a fim de nos tornarmo-nos mais adultos no ramo mental.

Mas nem tudo são espinhos e chagas, existe, (mais uma vez, isto é, consoante a minha opinião), obras como, “Mensagem”, pelo grandioso Fernando Pessoa, “Os Lusíadas”, pelo grandiosíssimo Luís Vaz de Camões e “Memorial do Convento”, pelo prémio Nobel que é o nosso José Saramago.

No meu ponto de vista, essas três obras conseguem ser as mais fascinantes e motivantes para se dar no secundário.

A primeira por conter, tal como o título o sugere, uma Mensagem de grande significado e ser escrita de uma forma de pura genialidade.

A segunda por ser a maior obra portuguesa e mesmo que queiramos, quem pode odiar o nosso Luís Camões? Ninguém, deduzo eu, até porque após algumas aulas dadas sobre a obra, o interesse cresce e a obra passa de uma escrita enfadonha do século XVI, para uma aventura assombrosa.

A terceira, por fim, porque sendo a obra mais actual do programa, consegue ser de fácil leitura e interesse.

Faço um apelo a ambos os lados, alunos e professores, para que, com algum esforço, mudem o aspecto imundo que se contempla na cara da sabedoria de Portugal.

É realmente uma infelicidade alunos do ensino secundário não conseguirem identificar a imagem de Infante D. Henrique e saberem quem é o “Cinquenta cêntimos”.

Será este o futuro que querem ver em Portugal? Adultos sem cultura alguma e mal-educados?

Teremos nós, no futuro, adultos a falar por “lol’s” e “xis dês”?

Reflictam no assunto, tragam de volta a glória de Portugal, elevem Portugal no mapa outra vez.

Afinal, para que se deu ao trabalho, Fernando Pessoa, de escrever “Mensagem”?


Crucios

4 comentários:

  1. A ignorância é o carvão da nossa actual "democracia". Quanto mais torpe for o povo, mais fácil é enganá-lo. Quanto mais estúpidos forem os cidadãos, menos direitos exigirão. Quanto maior a apatia, maior o desligamento pelo processo eleitoral, logo, mais fácil será manter o poleiro. Uma geração assim dará imenso jeito para roubar o que falta...e já falta muito pouco!

    ResponderEliminar
  2. Não esperava ver algo de cariz tão nacionalista do nosso Crucios, prefiro não comentar mas continua, pode ser que "alguém de lá de cima" oiça a "tua mensagem".

    ResponderEliminar
  3. Realmente este rapaz surprende-me cada vez mais, tanto no metodo de escrita, como a nivel de ideias racionais. Tens os pés bem assentes no chão, para um rapaz da tua geração; ( ate versei ;) )

    ResponderEliminar

Ekos

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons